O sossego rende!
skip to main |
skip to sidebar
Fotografias, ilustrações e grafismos sem peridicidade certa
Autora
Sobre mim:
Marcadores
- água (33)
- amigos (52)
- aqui da colina (38)
- árvores (26)
- azul (59)
- bastidores (76)
- bichos (10)
- branco (18)
- caleidoscópio (24)
- canções (6)
- chez moi (35)
- composição (36)
- em viagem (52)
- escrito nos céus (35)
- frames (6)
- gentes (13)
- ilustrações (21)
- laços de família (14)
- lisboa (79)
- macro (129)
- natureza (23)
- nocturnos (50)
- pela janela (25)
- pitéus e manjares (38)
- rabiscados (6)
- shows (43)
- verde (35)
- vermelho (20)
-
▼
2007
(457)
-
▼
abril
(151)
- O 2º momento de eleição
- O 1º momento de eleição
- Começou: "... agora aguenta coração"!
- Se esta sala falasse!...
- Eu e as minhas galochas
- Quer um igual?
- Pendurando o trabalho
- Na volta do correio...
- Bicho
- "Mi Soledad"
- No pique
- Uai, cadê todo o mundo?!
- Eu, "no País dos Matraquilhos"
- Tá chovendo, vem ver!!
- Cor(es) da "Alface"
- Vila da Ericeira
- On The Road
- "Há uma pronúncia do Norte!"
- Proseando à mesa
- Olhado de fora, tudo se torna mais nítido
- Quase tudo tem dois lados
- O céu fala muitas línguas!
- Piloto e Co-piloto
- Área de Serviço
- Berra, Meu Boi!
- Colectiva
- Paragem para o 2º café da manhã
- (In)segurança
- Não confio nos gananciosos
- Certezas que fazem toda a diferença
- O Código da Estrada
- "Se eu quiser falar com Deus..."
- Mão que ladram
- (Im)pulso
- Princesa do Daomé visita Oeiras
- Olha, inaugurou!
- "Meu coração é vermelho"
- Parada
- Cravos
- Regresso ao passado
- Preparando a "Revolução"
- Encarando as fobias de frente
- "A queda de um anjo"
- Frágil demais
- "Sweet child of mine"
- Em sentido oposto
- Déjà vu
- Carro
- "Every litle thing she did was magic"
- Think positive!
- Asas e Abraços
- Leva-me para casa, por favor!
- Cordel
- Sólida melancolia
- Aconchego
- «Merde, c'est un verse!»
- S' imbora!
- Só dá «2»
- Apoteose
- Cleptomania
- Foco
- Sushi com vinho tinto
- Só por convite!
- Céus, como é bom rir!
- Make a wish!
- O Tejo
- After-work
- Pretendentes
- Sol
- Back to business
- "tengo pájaros en la cabeza"
- Planetário
- Cordão umbilical
- "Muda de vida, se há vida em ti a latejar"
- «Abre-te, Sésamo!»
- Asas de ferro
- "A penny for your thoughts, my dear!"
- Teimosias
- Ao contrário
- Um mesmo infinito por horizonte
- Para que lado sopra o vento?
- A ausência de gravidade é sempre relativa
- Desaparecendo na curva
- Abate
- Sangrando
- Abrindo, enfim, a janela
- De frente para o crime
- No Chiado, à tardinha...
- Há um santo emparedado entre o verde e a pedra
- Fazendo agulha com a trama de Deus
- «Não há coincidências»
- Sobreposições exteriores com reflexos de interior
- Uff... Foram embora!
- Olha o que "eles" fizeram!!...
- Parece que terminaram!
- Ferrugem II
- Ferrugem I
- Instinto de defesa
- Viu, como a gente combina bem?!
- Aos olhos de Zenog...
-
▼
abril
(151)
Aos meus olhos
Quotes
Ai que prazer não cumprir um dever.
Ter um livro para ler e não o fazer!
Ler é maçada, estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal, sem edição original
e a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
a distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
esperar por D. Sebastião,
quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
flores, música, o luar, e o sol que peca
só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto é Jesus Cristo,
que não sabia nada de finanças,
nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa - "Liberdade"
#
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
estendendo-me os braços, e seguros
de que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
e cruzo os braços, e nunca vou por ali...
A minha glória é esta: criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
com que rasguei o ventre à minha mãe.
Não, não vou por aí!
Só vou por onde me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
redemoinhar aos ventos,como farrapos,
arrastar os pés sangrentos, a ir por aí...
Se vim ao mundo, foi só para desflorar florestas virgens,
e desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós que me dareis impulsos, ferramentas e coragem para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, o sangue velho dos vossos avós.
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o longe e a miragem,
amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas, tendes jardins, tendes canteiros,
tendes pátria, tendes tetos,
e tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
e sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
mas eu, que nunca principio nem acabo,
nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
ninguém me peça definições,
ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
é uma onda que se alevantou,
é um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou.
Não sei para onde vou,
mas sei que não vou por aí!
José Régio - "Cântico Negro"
Amar Lisboa
This album is powered by Margarida C.
